5 de setembro de 2010

Pássaro Sem Canto

(Paulo R. Júnior)

Foi numa tarde de tédio, quando resolvi ir à pracinha da rua de cima ver o dia passar.
Sentei-me embaixo dum pinheiro, quando me deparei com figura de um Pardal. Com seus leves pulos desajeitados e despreocupados, não mostrava vergonha ao exibir sua plumagem pouco atraente. Não cantava. No máximo, piava discretamente. Voôu.
Em seguida, aproxima-se um Canário-do-Reino. Vistoso, belo. Sua plumagem lembrava-me o nascer-do-sol. Seus suaves pulos demonstravam a categoria que lhe era dada desde o berço. Ah o seu canto, como é belo! Era música aos meus entediados ouvidos! Abriu as asas e saiu num voô exalando luxo e derramando sentimento.
Por coincidência, um Pardal e um Canário-do-Reino pousaram lado a lado. Ambos davam seus saltos em busca de algo que eu desconhecia. O Pardal apenas piava, enquanto o Canário fazia do seu canto, uma orquestra. Paradoxos da natureza.
Mesmo feio e tímido, o Pardal não nega e nem excluí seus princípios e jamais se minimiza diante da beleza exagerada do Canário.
Vive a vida apenas aquele que não se importa com as opiniões alheias, quem jamais nega seus princípios, quem é o que realmente é, e não quem é apenas um fantoche manipulado para obter status diante daqueles que o renegam...
Coincidência ou não, o Canário construiu seu ninho ao lado do ninho do Pardal...

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